Engenheiro por formação, empreendedor por natureza e futurista por vocação, Mario Araripe (T77) é o sócio-fundador da Casa dos Ventos, referência na geração de energia renovável brasileira.
Cearense do Crato, formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e com extensão em Harvard, construiu uma trajetória marcada pela inovação, visão e coragem de impulsionar o Brasil como protagonista da transição energética global.
Desde a fundação da Casa dos Ventos, Mario estabeleceu um compromisso com o pioneirismo. Quando decidiu migrar do varejo automotivo para a infraestrutura, viu na energia uma rota estratégica — e nos ventos do Nordeste, uma oportunidade a ser explorada com profundidade técnica e perspectiva de longo prazo. Sua inquietação com modelos tradicionais de negócios o levou a percorrer o semiárido nordestino, ao lado de engenheiros e técnicos, identificando as regiões com maior potencial eólico do país e mapeando o equivalente a 50 GW de geração de energia. Foram anos de investimentos intensos em conhecimento, tecnologia e estrutura, que resultaram na construção do maior portfólio de projetos renováveis em desenvolvimento no Brasil, com mais de 30 GW entre as fontes eólica e solar.
O que move Mario Araripe é poder criar soluções de impacto sistêmico. Ao defender a energia como vetor de reindustrialização, o executivo aposta na transformação de recursos renováveis em novos vetores energéticos — como o hidrogênio verde — capaz de reposicionar o Brasil na cadeia global de valor. Não se trata apenas de exportar energia limpa, mas de criar cadeias produtivas que tornem o País menos dependente de combustíveis fósseis e insumos importados.
Mario acredita que as próximas décadas serão moldadas por duas grandes forças: a descarbonização da economia e o avanço da inteligência artificial. E, mais uma vez, enxerga nelas uma vantagem competitiva para o Brasil — em especial para o Nordeste. Acredita na instalação de grandes data centers alimentados por energia renovável como uma oportunidade de atrair os gigantes da tecnologia global, que já assumiram o compromisso de operar com energia limpa. Assim, o Brasil pode se tornar a resposta que o mundo procura.
Mas, transformar visão em realidade exige coragem e disciplina. Esses dois pilares sempre o acompanharam em sua jornada empreendedora. Antes do setor de energia, Mario Araripe acumulou experiências em diferentes segmentos da economia. Seu primeiro grande mergulho no mundo empresarial aconteceu na indústria têxtil, onde atuou em diferentes frentes e adquiriu valiosos aprendizados sobre produção em escala, gestão de processos e competitividade. Na década de 1980, ampliou sua atuação para o setor imobiliário ao fundar a construtora Colmeia, voltada para empreendimentos residenciais de alto padrão. Nos anos 1990, voltou ao têxtil com investimentos em empresas tradicionais, como a Companhia Valença Industrial e a Têxtil União. Essa trajetória multifacetada, aliando capacidade técnica com faro para negócios, culminaria na aquisição da Troller, marco da sua virada para o setor industrial pesado e, mais adiante, trampolim para sua entrada definitiva no setor de infraestrutura e energia. Ao vender a Troller, ele escolheu não se acomodar. Pelo contrário: usou o capital para investir no que hoje é um dos setores mais estratégicos da economia global.
Na Casa dos Ventos, Mario Araripe estruturou uma cultura empresarial baseada no compromisso com o conhecimento, a inovação e a colaboração. Esses valores norteiam a atuação da empresa em todas as frentes, orientando desde o desenvolvimento tecnológico até a forma como as equipes se organizam e interagem. Para Mario, excelência não é apenas um resultado — é uma postura constante diante dos desafios. Esse olhar se traduz na valorização de talentos, no ambiente de troca intelectual e no reconhecimento da Casa dos Ventos como uma referência técnica no setor, respeitada pela sua capacidade de entregar soluções sofisticadas e de alto impacto para a transição energética brasileira
Em sua essência, Mario Araripe acredita que o Brasil tem uma janela única de oportunidade. Uma matriz elétrica majoritariamente limpa, recursos naturais abundantes, território vasto e um mercado interno com demandas crescentes: ativos que poucos países possuem. Mas, para que essa vantagem se converta em liderança global, é preciso ousar, inovar e agir com velocidade.
Por isso, segue construindo, provocando, desbravando o que ainda não foi feito. Para Mario, liderar uma empresa como a Casa dos Ventos não é apenas uma missão empresarial — é um projeto de impacto global.
Fotos: Divulgação Casa dos Ventos