Hexavirato: Edson Musa fala sobre a importância do engajamento dos ex-alunos no fortalecimento do ITA

Na segunda entrevista da série Hexavirato, convidamos o iteano Edson Musa (T61) para falar sobre o tema e a importância do ensino, dos projetos e da pesquisa para o fortalecimento do papel do Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA na formação de engenheiros.

Musa declara que a participação ativa dos ex-alunos é fundamental para que o ITA continue sendo referência, propondo novas formas de engajamento, como encontros e clusters de ex-alunos, para criar uma rede ainda mais forte e colaborativa.

Na entrevista abaixo, Edson Musa compartilha seu papel fundamental na criação do Hexavirato e na mobilização dos ex-alunos, que contribuíram com apoio financeiro e institucional para o ITA.

 

Entrevista:

ITAEx – A Associação tem sido apoiadora de projetos e iniciativas de professores e alunos do ITA. O que o senhor  acredita ser essencial para garantir que essa missão seja cumprida da melhor forma possível?
Edson Musa – Acredito que seria conseguir manter, e se possível aumentar, o apoio dos ex-alunos e seu financiamento.


ITAEx – Em sua opinião, qual é o maior desafio para os ex-alunos do ITA quando se trata de engajamento e contribuição para a escola?
Musa – Não entendo que seja um desfio para o ex-aluno se engajar no apoio à escola que lhe deu a melhor formação em Engenharia do Brasil e na formação do caráter cidadão ímpar. Não se engajar como ex-aluno seria não reconhecer o que a marca ITA valorizou seu diploma e impulsionou sua carreira.

ITAEx – Qual a importância do apoio financeiro e institucional para a sustentabilidade de projetos? O que diria aos futuros e ex-alunos sobre esse compromisso?
Musa – Lembro que a ação da T61/Hexavirato começou para viabilizar a tríade professor-projeto-financiamento. Pequenas faltas de material nos laboratórios, por exemplo, demorava “um século” para serem resolvidas. Uma requisição de compra exigia 22 assinaturas e um tempo enorme. Isto tudo era péssimo para o ensino e certamente foi uma das causas da insatisfação dos alunos e bobagens que começamos ouvir: “porque odiamos o ITA” e “vamos fazer greve”, coisas inacreditáveis para nós ex-alunos.

ITAEx – Com as rápidas mudanças tecnológicas, como imagina que o ITA pode se manter na vanguarda da educação em Engenharia? Quais áreas de inovação são mais urgentes para se investir?
Musa – Aqui vai uma ideia muito particular. O ITA nasceu bastante “international” nos anos de 1950, hoje é muito pouco. As rápidas mudanças tecnológicas obrigam a uma evolução/adequação rápida e competente aos métodos e conteúdos do ensino da Engenharia. Saber o que existem de mais novo e adequado no mundo não se aprende só por publicações. É preciso trazer especialistas para discutir aqui no Brasil com nossos professores e possibilitar a viagem de deles na busca de boas experiências (benchmarking). A ITAEx poderia ter uma forte participação neste tipo de programa. O primeiro evento EEF – Engineering Education for the Future, idealizado, coordenado e financiado pela ITAEx, em 2019, foi fantástico, e devido ao seu enorme peso e importância, só voltou a acontecer cinco anos depois.

ITAEx – O que mais acredita ser essencial para fortalecer o papel do ITA na formação de engenheiros?

Musa – A internacionalização; a adoção do ensino por projetos – estimulado na primeira edição do EEF, em 2019; a recuperação da Disciplina Consciente (DC) nos níveis fantásticos que já tivemos; o apoio/incremento do Novo Aconselhamento; o estimulo à pesquisa. Seria uma bela discussão, e que deveria ser estimulada para definir as quatro ou cinco prioridades estratégicas para o ITA. A participação da ITAEx seria importante, e até fundamental.

 

ITAEx – Como vê a relação entre o ITA e seus ex-alunos hoje? Quais são suas ideias para criar uma rede ainda mais forte e colaborativa entre os iteanos?

Musa – Uma ideia para a ITAEx reforçar sua rede de apoiadores seria tentar uma nova séria de encontros, como fizemos no início, convidando outros “deep pockets”. Estou certo que existem outros que ainda não tenham participado, e mostrar  como poderiam contribuir. Outra ideia, que já levantei no passado e acho interessante testar, é a do “clusters de ex-alunos”, isto é, encontrar cidades e ou aglomerações, onde moram e trabalham uma quantidade razoável de ex-alunos e constituir uma “antena” da ITAEx.

 

ITAEx – O senhor é uma figura importante na formação do Hexavirato. Como define seu papel e o que mais aprendeu sobre ser uma pessoa que inspira e promove engajamentos?

Musa – Meu papel foi importante quando apoiei imediatamente a argumentação e as iniciativas do colega João Gomez, entrando na formação do Hexavirato. Mas, considero fundamental a minha participação na transformação daquela iniciativa da T61 na formação da ITAEx, isto é, “Todas as turmas apoiando o ITA”.
Promovi, num restaurante de São Paulo, um jantar com 30 ex-alunos, isso depois de realizar três “happy hours” na minha residência e quatro reuniões no meu escritório. Os convidados, mais de 70 no total, eram sempre ex-alunos “deep pockets” indicados, principalmente, pelos pontos focais em suas turmas. Falávamos da situação do ITA e do H8, muitos nunca tinham voltado lá. Então, pedíamos apoio, principalmente, financeiro. Montamos, então, um sistema de “follow up” para cobrar respostas e tivemos uma bom resultado, constituindo a base de grandes doadores que ainda se mantém até hoje.


ITAEx – O que o Hexavirato deixou como legado para o senhor, como cidadão, e para os alunos do ITA daquela época e das gerações atuais?
Musa – No Brasil, não temos a cultura que existe em outros países, de voltar e apoiar as escolas nas quais estudamos. Nosso movimento levou uma grande quantidade de iteanos a se interessar novamente pelo ITA.

ITAEx – Para os alunos que estão começando sua jornada no ITA hoje, que conselhos daria para aproveitarem ao máximo a experiência e contribuir para a Escola depois de formados?
Musa – Amem sua escola, façam amizade com seus colegas de turma e também com os veteranos. Participem ativamente das ações do Centro Acadêmico Santos Dumont (CASD) e do H8. Respeitem os docentes e mantenham diálogo com seus professores-conselheiros. Entendam que a Disciplina Consciente (DC) não é somente “não colar”, mas um modo de vida que os ensina a serem cidadãos de bem, bons pais e mães de família e uma alavanca para suas atividades profissionais.

ITAEx – Como o senhor define a ITAEx hoje em sua missão?
Musa – A ITAEx vai bem, cumprindo sua função. Mas, como tudo, pode melhorar, principalmente fomentando maior participação dos ex-alunos.

 

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