A jornada em direção a propósitos grandiosos frequentemente se depara com desafios formidáveis, exigindo uma mistura única de resiliência e determinação.
Neste contexto, exploramos histórias inspiradoras de dois ex-alunos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), que enfrentaram os obstáculos com coragem, destacando a resiliência como elemento central para atingir objetivos excepcionais.
Do desafiador vestibular do ITA às superações pessoais, mergulharemos em relatos de Cláudio Goto e Ricardo Mendes Nunes, dois protagonistas cujas trajetórias ilustram a importância de persistir diante das adversidades.
Suas experiências não apenas revelam a força interior necessária para superar barreiras, mas também lançam luz sobre como a resiliência se torna a chave-mestra para desbloquear as portas do sucesso, independentemente dos desafios ao longo do caminho.
Cláudio Goto (T96) – Uma jornada de três anos
Entrar para o ITA é um feito notável por si só, mas a história de persistência do engenheiro eletrônico Cláudio Goto eleva essa conquista a um patamar excepcional. Ele compartilhou os desafios e as motivações que o impeliram a fazer o vestibular por três anos consecutivos, 1989, 1990 e 1991.
Claudio não se contentava com menos do que a melhor instituição de engenharia do Brasil. Perguntado sobre sua decisão de insistir no ITA em vez de explorar outras faculdades, ele justificou que buscava a excelência.
Sua jornada começou aos 21 anos, quando iniciou suas tentativas para ingresso no ITA. Sempre estudou em escolas públicas e com nível acadêmico bem inferior ao que um vestibular do ITA exigia, por isso precisou fazer um curso preparatório (Anglo).
Originário de uma família humilde, ele trabalhou na roça com seus familiares e como técnico eletrônico, antes de decidir buscar uma realização diferente através do ITA. Mesmo tendo passado algumas vezes na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) e na Universidade Estadual Paulista (UNESP), o desafio do ITA permanecia irresistível.
Quando questionado sobre possíveis sacrifícios decorrentes dessa persistência, enfatizou que não deixou de viver nada significativo. Pelo contrário, ele vê a experiência como válida, integrando-se ao curso natural da vida e ao momento individual de cada um.
A experiência no ITA – que culminou na sua formação em Engenharia Eletrônica, no ano de 1996 – proporcionou a ele uma base excepcional. Claudio destaca a metodologia do instituto em preparar o mindset de grandes engenheiros, muitos dos quais se tornam líderes em empresas globais.
A trajetória de Claudio Goto não parou no ITA; ele continuou investindo em sua formação com cursos pós-ITA, como MBA na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Coaching e Mentoring.
Atualmente, aos 55 anos, trabalha como Program Director na Forvia, na divisão Eletrônica (FCE – Faurecia Clarion Electronics). Sua realização profissional como engenheiro formado no ITA é evidente, e sua carreira o levou a posições de destaque no mercado.
Claudio compartilha uma vida pessoal plena, sendo casado e pai de duas filhas. Embora sua primogênita tenha escolhido uma carreira diferente da sua, ele acredita que construiu uma base sólida para a próxima geração.
A história de Cláudio Goto é um testemunho inspirador de resiliência, determinação e sucesso, mostrando que o caminho para o ITA pode ser desafiador, mas os frutos da perseverança são duradouros e recompensadores.
Ricardo Nunes (T98) – Superando desafios no caminho para o ITA
Ricardo Mendes Nunes, ao contrário de Cláudio Goto, enfrentou a jornada do vestibular para o ITA em quatro anos consecutivos, nos anos de 1988, 1989, 1990 e 1991. A motivação por trás dessa persistência foi, segundo ele, a busca por provar a si mesmo sua capacidade de conquistar algo tão desafiador. Naquela época, o ITA representava um verdadeiro passaporte para ingressar em qualquer empresa.
Ricardo tinha 19 anos em 1988, e diferente de Cláudio, reconhece que sua busca pela entrada no ITA limitou sua vida social e de diversão. Apesar dos desafios, ele manteve o foco em seu objetivo, alimentando seu ego e orgulho com a realização de conquistar uma vaga no instituto.
Formando-se em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica em 1998, Ricardo relembra que dispensava muitas horas de estudo, inclusive nos finais de semana nas salas de aula.
Ricardo destaca que, naquela época, um diploma fazia toda a diferença, mas atualmente, habilidades em áreas diversas como música, YouTube ou desenvolvimento de aplicativos dispensam a necessidade de um ensino formal completo.
Ricardo valoriza e reconhece o apoio do Prof. Dr. Eugênio Vertamatti, que acreditou nele e foi seu orientador de graduação. Momentos especiais, como ajudar o Prof. Faleiros em um exercício e receber elogios do Prof. Octávio Manhães durante a apresentação de seu trabalho de graduação, também fazem parte das memórias positivas que o ITA proporcionou.
Profissionalmente, Ricardo, hoje aos 54 anos, encontrou seu caminho como professor de Matemática no Anglo Vestibulares, mas continua na área de construção, seguindo os passos de seu pai. Solteiro e sem filhos, ele vive em São Paulo.
Apesar das reflexões sobre a relevância de sua jornada no ITA, Ricardo reconhece que a vivência foi um grande aprendizado, principalmente por ter experienciado morar longe da família. Assim, sua trajetória, marcada por desafios e superações, contribui para a diversidade de experiências entre os graduados do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
Sempre em frente
Ao percorrer as histórias de Cláudio Goto e Ricardo Mendes Nunes, torna-se evidente que a resiliência não é apenas uma virtude, mas sim um pilar crucial no caminho para alcançar objetivos extraordinários. Ambos enfrentaram repetidos vestibulares do ITA, cada um com suas particularidades, mas compartilhando a tenacidade em seguir adiante. Seja nas salas de aula ou diante das dificuldades pessoais, a resiliência foi a bússola que os guiou.
Essas trajetórias não são apenas relatos de vitórias acadêmicas, mas também narrativas que destacam a importância de manter-se firme perante as adversidades. O caminho para o ITA transformou desafios em oportunidades de crescimento, moldando esses indivíduos não apenas como profissionais talentosos, mas como seres humanos robustos.
A resiliência não é apenas uma qualidade a ser admirada, mas uma habilidade a ser cultivada. Diante das incertezas e dificuldades, é a resiliência que impulsiona a jornada, capacitando-nos a superar obstáculos e atingir objetivos que, em momentos de desânimo, poderiam parecer inatingíveis. Que as histórias de Cláudio e Ricardo inspirem todos a perseverar diante dos desafios, lembrando-nos de que, ao abraçarmos a resiliência, construímos a base sólida para um futuro de realizações extraordinárias.