No desafiador mercado financeiro, onde números e estratégias se entrelaçam, ex-alunos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) encontraram seu caminho para o sucesso, provando que a formação de excelência da escola é capaz de oferecer oportunidades para muito além das fronteiras da engenharia.
O iteano possui habilidades bastante valorizadas no mundo dos investimentos: além de terem um domínio aprofundado sobre estratégias matemáticas e um perfil analítico, carregam habilidades para solucionar casos complexos, uma enorme vantagem competitiva neste campo.
Pesam na decisão de migrar para o setor financeiro fatores como melhor remuneração no início da vida profissional, plano de carreira acelerado e a possibilidade de continuar morando nos principais centros urbanos do país.
Voando alto
Marcelo Costa (MEC 96) decidiu apostar no mercado financeiro logo após a graduação, quando a engenharia enfrentava tempos desafiadores no Brasil.
Com a estabilização econômica do plano Real, na segunda metade da década de 90, aumentou a procura dos bancos de investimentos por profissionais qualificados.
“Nascia ali uma forte necessidade dos bancos de investimentos e consultorias estratégicas buscarem capital humano para este novo ciclo, e o ITA era uma das escolas mais requisitadas. Quando decidi ir para banco de investimento, não tinha muita noção do que me esperava, mas sentia que era um ambiente muito dinâmico com várias possibilidades de desenvolvimento para quem gostava de resolver problemas”, lembra o iteano, hoje com 50 anos.
Costa ingressou no banco JP Morgan e percorreu uma trajetória ascendente, inicialmente na área de tecnologia, gerenciando projetos regionais na América Latina. Depois, passou por outras instituições internacionais em diferentes áreas, como gestão de riscos, produtos estruturados, tesouraria. Há 12 anos, é sócio e CFO no banco BR Partners, que abriu seu capital na bolsa em 2021.
“Ir para o ITA sempre foi o meu grande sonho. Estar num ambiente acadêmico de ponta, cercado de pessoas altamente capacitadas e estar sendo sempre desafiado intelectualmente. Essa cultura não forma somente engenheiros, mas talentos que aprendem a se reinventar diversas vezes para superar todos os desafios, a começar pelo curso e a distância da família”, disse.
“A cada ano que volto ao ITA para eventos e recrutamento, vejo como os alunos têm se desenvolvido bastante no lado “empreendedor” e “comercial”, coisa que era muito rara quando me formei e imprescindível para o mercado de trabalho atual. Essa combinação de qualidades é o diamante bruto que as empresas sempre estarão buscando, e que será cada vez mais escasso”, completou Costa. “Hoje, já vemos vários Iteanos no Top Management de várias empresas financeiras, e que já são fonte de inspiração para vários alunos.”
Xeque-mate na gestão de investimentos
Vicente Matheus Zuffo (COMP 09) ingressou no mercado financeiro ainda durante a faculdade, no penúltimo ano de curso, com um ‘summer job’ em um grande banco. Mas não foi amor à primeira vista.
“Como era uma estrutura enorme, o sentimento era de que o que eu fazia não agregava nenhum valor para a instituição, portanto a experiência foi aquém do que eu imaginava”, conta.
“Tranquei o curso antes do último ano para estagiar no exterior. Na volta, enquanto não recomeçavam as aulas, eu precisava de um trabalho para gerar renda, e surgiu uma oportunidade em um banco pequeno, de nicho, para programar robôs de algotrading. Apesar da minha reticência à época em voltar ao mercado financeiro, imaginava que seria algo temporário até me formar. No fim, tive diversas oportunidades de crescimento e aprendizado e acabei ficando mais 5 anos depois de formado.”
Atualmente com 34 anos, Zuffo é CEO da Chess Capital, que atua na gestão de recursos, além de presidente da AFPITA (Associação Fundo Patrimonial do ITA), entidade destinada à captação de recursos para o fortalecimento do instituto.
“Engenheiros do ITA são profissionais superqualificados, com uma curva de aprendizado rápida para qualquer coisa e uma ética que se destaca. Assim, a demanda por esse perfil é altíssima. Quando o mercado está aquecido, as instituições oferecem propostas muito atraentes por esses profissionais, o que também ocorre em outras indústrias, dependendo do ciclo”, afirma.
“Dentre tantas coisas que o ITA ensina, a mais importante, para mim, foi ter resiliência. Em diversos momentos durante o curso, você pensa em desistir, pondera se fez a escolha certa, mas segue estudando, fazendo os trabalhos e as provas, até que chega aquela semaninha em que você fica mais tranquilo ou as férias. Depois, volta pra ralar tudo de novo. Você desenvolve um casco grosso e sai mais forte ao final. E isso vai ser útil qualquer que seja a carreira depois.”