John Suzuki é formado em Engenharia Mecânica Aeronáutica pelo ITA (turma de 2001). Fez MBA em Finanças e Empreendedorismo na Universidade de Chicago e construiu uma sólida carreira longe da engenharia, ocupando cargos de gestão em grandes empresas – foi diretor financeiro da Ipiranga e membro do Conselho Fiscal da JBS, entre outras experiências.
Desde maio, ele é o CEO do grupo Portobello, maior empresa de revestimentos cerâmicos do Brasil e uma das mais importantes da América Latina, onde já ocupava o posto de vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores.
John Suzuki assumiu a nova empreitada em um momento estratégico: tem a missão de liderar o processo de internacionalização da marca, que acaba de inaugurar (já sob o seu comando) uma grande fábrica nos Estados Unidos.
Para ele, o ITA teve papel decisivo em sua formação profissional e humana. “Hoje consigo enxergar que foi algo transformador. Não acredito que eu teria as conquistas que tive sem a formação no ITA”, disse Suzuki com exclusividade à ITAEx, em meio a uma maratona de compromissos nos EUA.
“O conhecimento técnico e específico que adquirimos no ITA é fantástico, mas também desenvolvemos essa capacidade de resolução de problemas complexos e de lidar com contextos adversos. São habilidades que valem ao longo de qualquer carreira, independente do setor”, acrescentou.
Confira a seguir os principais trechos desta entrevista:
Quando você decidiu que queria ingressar no ITA?
John Suzuki – Lembro-me bem desse momento. Eu tinha uns 16 anos e minha família tinha se mudado de São Paulo para São José dos Campos havia pouco tempo. E uma das esperanças deles era que um dos quatro filhos se inspirasse e passasse no ITA. Em uma viagem com meu pai, ele compartilhou isso comigo e a partir daquele dia decidi perseguir esse sonho.
Como foi passar no ITA? Qual era o contexto da sua vida na época?
John Suzuki – Hoje consigo enxergar que foi algo transformador. Não acredito que eu teria tido as conquistas que tive sem a formação no ITA. Foi um impulso fenomenal à minha formação profissional e pessoal. À época foi, claro, motivo de muita alegria para toda a família, pois contei com a ajuda fundamental de todos: meus pais e irmãos.
O contexto de minha vida à época era de um adolescente de classe média, formado em escola primária pública (de boa qualidade) e colégio técnico. Era de uma família de comerciantes, mas, por muitas vezes, meus pais ou irmão tiveram que ir como dekasseguis ao Japão para sustentar a família. Eu, diferentemente, tinha tido o privilégio de estudar naquele país como bolsista, com apenas 17 anos. Foi uma experiência que abriu muito minha mente para possibilidades da vida, como veio a ser o ITA.
Qual foi a parte mais desafiadora desse período?
John Suzuki – A parte mais desafiadora foi abrir mão de muitas das coisas da adolescência para estudar para o vestibular. Mas, claro, valeu a pena!
Que boas recordações você guarda dessa época?
John Suzuki – O que guardo com mais carinho são os amigos do H8. É a parte, sem dúvida, mais rica daquele período. O vestibular acaba reunindo uma elite intelectual e todo aprendizado, seja técnico ou humano, se intensifica muito. É muita gente boa convivendo 24 horas por dia. Acabamos criando relações muito verdadeiras e para o resto da vida.
De que forma você acredita que o ITA influenciou a sua formação humana?
John Suzuki – A convivência com pessoas altamente diferenciadas em um ambiente de excelência nos molda muito. Além disso, a nossa DC [Disciplina Consciente] teve uma influência muito forte em minha formação. O ITA forma pessoas obstinadas, resilientes, e com alto padrão ético e moral.
Você se formou em Engenharia Mecânica Aeronáutica, mas acabou conquistando posições de destaque fora do setor aeroespacial. De que maneira a formação e a vivência no ITA te auxiliaram nesta jornada?
John Suzuki – O conhecimento técnico e específico que adquirimos no ITA é fantástico, mas também desenvolvemos essa capacidade de resolução de problemas complexos e de lidar com contextos adversos. São habilidades que valem ao longo de qualquer carreira, independente do setor.
Você ainda consegue manter algum tipo de contato com colegas de turma?
John Suzuki – Claro! Tenho muito contato e com frequência com meus colegas. É quase uma família que se forma. O grupo de WhatsApp, então… Nem consigo acompanhar todas as mensagens [risos].
Que mensagem gostaria de deixar para os atuais alunos do ITA, que estão iniciando a caminhada em busca dos seus sonhos?
John Suzuki – Tenha confiança em seu potencial. Ninguém que se forma no ITA perde para qualquer outro formado de qualquer parte do mundo, principalmente na capacidade intelectual. Mas combine isso com humildade, reconhecendo que não saímos sabendo tudo, seja na teoria ou, principalmente, na prática. Aprendi e continuo aprendendo a cada dia. Descubra sua verdadeira vocação, faça aquilo que ama, que tenha propósito em sua vida.